Você já se perguntou como os grandes dançarinos desenvolvem um estilo único? Vou te contar um caso.
O Frank Ejara não era apenas meu professor; ele era a porta de entrada para um universo que eu mal sabia que existia.
Já falei aqui sobre quando ele me ensinou sobre os Electric Boogaloos. Mas aqui está o segredo: ele sabia que isso era apenas uma peça do grande quebra-cabeça.
O Poder da Observação
Se Frank tivesse um daqueles mantras curtos, seria: “Observe. Absorva. Inove.”
Ele me mostrou imagens de poppers de todos os estilos imagináveis. Por quê? Porque ele entendia algo crucial:
A verdadeira maestria vem da curiosidade e da análise.
Ground Moves: Minha Primeira Paixão
Lembra quando você era criança e se contorcia no chão, achando que estava dançando break? Eu também.
Mas então, em alguma aula, Frank nos falou sobre Jazzy J.
Imagine: um movimento que desce ao chão e sobe, rodando quadril e pernas. Parece simples? Não é.
Frank observou. Desmontou, reconstruiu e nos ensinou em aula.
Esta foi minha primeira lição em engenharia reversa da dança.
Não foi uma cópia direta do Jazzy J: Nós aprendemos as mecânicas desse movimento e, a partir dali, criamos nossos movimentos a partir das mecânicas!
Parece óbvio depois que alguém fala, não é?
Dos dançarinos que Frank me apresentou, usei o mesmo processo pra analisar vídeos de solos dos mestres do ground move: Mr. Wiggles, Damon Frost, Chuco, e (claro) Jazzy J.
A Revolução Robótica
Quando pedi indicações para começar a treinar Robot, Frank me direcionou ao que tinha disponível.
A grande referência era o mímico Robert Shields e poppers que seguiam a linha de Shields, como o Skeeter Rabbit.
Mas então…
Você já viu alguém dançar e pensou: “Como ele fez isso”?
Foi assim que me senti quando vi Chibi (também conhecido como Chibotics).
2007 ou 2008. Não lembro a data exata, mas o impacto? Foi como tomar surra de um robô.
Acha pouco? Na mesma época, o grupo U-Min apareceu.
Quatro dançarinos. Quatro cores vivas. A coreografia parecia uma cena de CGI ao vivo.
Como eles fizeram isso?
O Frank não tinha como me ensinar essa parte. Precisei analisar.
O Framework que Mudou Tudo
Aqui está o ponto de virada:
Frank me deu mais do que movimentos. Ele me deu um framework para entender a dança.
Ordem. Cultura. História. Filosofia.
Com esse framework, observar outros dançarinos se tornou uma experiência completamente nova.
Era como ter um superpoder. Eu podia ver além dos movimentos, direto para a essência.
A Fórmula do Sucesso
Quer desenvolver seu próprio estilo? Aqui está a fórmula:
1. Fundamentos sólidos: Enraíze-se na história e aprenda alguma base com quem veio antes.
2. Observação ativa: Aprenda a ver o invisível. Se quer aprender detalhes, precisa prestar atenção e extrair informação.
3. Personalização: Adicione seu tempero único. Mas essa parte vem só depois.
Já viu meus movimentos de pé quase do avesso? Isso é personalização em ação, o meu tempero único.
Mas não é o mais importante. Sem o framework, ele não funcionaria.
Construa O Seu
Quer construir seu estilo?
Escolha um dançarino. Nunca copie. Mas observe. Desconstrua. Reconstrua.
E lembre-se: o caminho para a inovação é pavimentado com observações atentas.